Amados irmãs e irmãos,
Paz e bem!
Caminhando pelo Brasil afora, nas comunidades de base e pequenas capelas, nas mais sofridas regiões e de escassos recursos, quem está na trincheira sustentando a partilha evangélica dos dons e da oferta? Mulheres leigas e religiosas. Esse é um fato amadurecido e calcado no Evangelho e na nossa experiência de vida e missão.
Refletindo sobre a fundamentação da Igreja e sua formação, temos uma Igreja do Povo de Deus, que não pode ser reduzida numa presença clerical masculina; é uma voz forte, acolhedora, que nutre, abraça e protege, que não deve minimizar as demais vozes que também fazem dessa instituição, o pilar da Unidade! E falar de Dia de Luta Internacional da Mulher, é deixar claro que a conquista pela igualdade de gênero também se faz dentro de nossas paróquias e comunidades.
O Papa Francisco, durante o encontro com a Delegação do Comitê Judaico Americano (2019), concluiu: “Se quisermos um futuro melhor, se sonharmos com um futuro de paz, precisamos dar espaço às mulheres”. E não buscamos mais que isso! É essencial reconhecermos quando nossa presença oprime, reduz e inviabiliza a fé de uma mulher.
Para um maior reconhecimento dessa realidade, apostamos numa catequese de formação honesta, generosa e popular e no diálogo. É no encontro com o outro que que a unidade se faz caminho e abertura para demandas de construção.
Por este motivo, a Conferência da Família Franciscana do Piauí – CFFB/PI, por meio de suas mulheres – leigas e religiosas – lança uma Cartilha Celebrativa e Formativa, chamada “Franciscanas na história”, composta de 4 encartes, em alusão a esse dia de Luta e de Memória, também de ancestralidade, em que sagramos pelas inúmeras mulheres que vieram antes de nós e nos permitiram termos chance de ocuparmos espaços e cadeiras que sozinhas não conseguiríamos.
Nesse primeiro encarte de Tema: “Santas e Beatas”, temos uma singela memória de 10 mulheres religiosas franciscanas, que com seus testemunhos e vida nos trazem a ressignificação da obediência ao ideal de vida. Um amor baseado na disposição, coragem e dor do outro, na servidão coletiva e no empoderamento espiritual. Foram mulheres que se tornaram santas e beatas por lutarem fielmente pelo que acreditavam e, de modo singular, fundamentaram a Igreja feminina que queremos ver.
Os demais encartes seguem uma séria logica para que ao fim do mês, tenhamos uma cartilha de memórias e provocações coletivas, fincadas no olhar cuidadoso para distintas mulheres, concluindo que em cada uma delas havia um silencio, um medo e um grito, e que de forma congruente se encontram nos caminhos da história.
Ainda que, com muita dor e lamento, a nossa Igreja ainda não tenha dado a merecida voz e vez à mulher, bendizemos pelas conquistas recentes advindas de luta árdua e diálogos insistentes no pontificado do Papa Francisco.
Esse material é dedicado à todas as mulheres, leigas e religiosas, da Família Franciscana do Piauí e direcionado à todos os irmãos que desejam amenizar as dores que esse gênero carrega por sermos o que somos e defendermos o que pensamos; por falarmos o que queremos e lutarmos pelo que sonhamos!
Que Santa Clara, com sua inteligência, resiliência e vigor, interceda por todos nós, Amém!
Paz e bem!
Com informações de Jéssica Maria de Lima Rocha, OFS, CFFB-Piaiu.