“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22,39). A palavra amor é usada tanto em nossos dias que as vezes fica tão gasta que cai numa banalização. Para tudo usamos amor. Não é que isso está errado, mas será que usamos de modo certo? Digno? Correto? Em nome do amor as vezes matamos, perseguimos, separamos, desprezamos… Em nome do amor as vezes justificamos tudo, aceitamos até os erros, em nome do amor. Porém, o que é amor no Evangelho? Primeiramente meditemos o que não é amor.
Amor não é um sentimento, isso é paixão, sedução, benquerença que tudo isso é fruto do amor. Amor não é bem estar: as vezes justificamos que amamos algo para massagear nosso ego, para ficarmos “bem”. Amor não é retribuição barata: às vezes achamos que amar é doar algo para alguém, ou pior, achamos que é dar aquilo que sobra. Amar não é para muitos: amar é uma atitude para poucos, pois amar garante a nossa santidade. Amar não é para quem pensa pequeno. Não se limita a amar nossa vida e as pessoas que estão em nosso volta. Mas afinal, o que amor?
Para responder a tal pergunta, basta olharmos para Jesus: amar é uma opção de vida. Amar o próximo como a si mesmo é uma opção de vida, pois se eu falo que é um sentimento, como vou amar uma pessoa que odeio? O sentimento do ódio é forte, mas a opção por amar é maior, pois amar não é sentimento, mas sim escolha de vida. Amar é a opção fundamental da nossa vida, sendo assim todas as outras opções e escolhas que fazemos ao longo da nossa existência tem por base o amor como normativa. Quem ama não escolhe, pois antes de escolher deveríamos amar e, se amamos, todas as outras escolhas que fazemos em nossa vida são secundárias. Se eu amo, eu me apaixono, eu quero o bem das pessoas, partilho, mas tudo isso é fruto secundário daquela opção que eu fiz por primeiro que foi amar.
Francisco amou, pois o amor não era amado. Só depois dessa primeira opção (amar) foi que ele beijou o leproso, conversou com o sultão e cantou louvores a Deus nas criaturas. Amar é para poucos, pois o amor nos liberta da mesquinhez das nossas paredes de opiniões próprias e nos coloca nas alturas da liberdade do céu. O amor é uma opção pelo desinteresse. Toda vez em que busco algo para algum fim é interesse, e isso não é opção por amar. Amar é quando não busco nada, mas sim, deixo Deus ser minha vida.
Paz e Bem!